O Espelho

Sabem quando algo de estranho acontece na vossa vida?! Pois, foi o que aconteceu com Matilde… Naquela noite, algo mudou a sua vida… Um acontecimento extremamente emocionante aconteceu e que poderão descobrir ao ler esta história!

Autoras: Beatriz Condeço, Catarina Calado, Catarina Domingos e Rita Aragão 7.ºA

Não sei se vocês vão acreditar nesta história, mas é real... Aconteceu!

Tudo começou há relativamente pouco tempo, há um ano ou dois mas a verdade é que aconteceu!

Era um dia escuro em que as nuvens cinzentas predominavam no céu.

Todos os habitantes da pequena cidade de ”HappyDay” estavam deitados na sua cama, aconchegados e cheios de sono, a Matilde era exceção: estava deitada, mas não tinha sono, olhava para a janela e pensava e pensava. Mas algo aconteceu...Ela não queria acreditar no que via... o seu espelho (só para que saibam, para a Matilde era muito feio e ela não o queria no seu quarto)transformara-se num portal mágico, ela não sabia se havia de entrar naquela coisa completamente estranha.

-Bem, a minha vida é mesmo estranha!

Naquela noite Matilde não entrou, estava cansada e também devia ser só um sonho…

No dia seguinte foi para a escola e não disse nada a ninguém, nem mesmo à sua melhor amiga a quem dizia tudo. 

À noite foi dormir, deitou-se na cama e adormeceu, mas por volta da meia-noite (àquela hora onde costumam a acontecer as cenas mais assustadoras dos filmes de terror) acordou: com aquela sensação estranha de que alguém precisa de nós, de que algo nos chama...

Tentou voltar a dormir, mas não conseguiu o céu escureceu, as nuvens ficaram cinzentas. Ouviam-se os trovões e os relâmpagos preenchiam o céu de segundo a segundo, sem parar.

Matilde escondeu-se debaixo dos lençóis assustada e confusa. E de repente... Uma luz preencheu o quarto, não era sem dúvida a luz de um relâmpago, era uma luz: avermelhada, cor de sangue.

Cheia de medo Matilde espreitou lentamente por cima dos lençóis e:

- “outra vez não!” - gritou ela.

Sim, o espelho tinha voltado a transformar-se num portal. Ou então o que seria aquilo? Era mesmo um portal? Todas estas e muitas perguntas preenchiam a sua cabeça.

Sabendo que se entrasse no espelho não podia responder a nenhuma e ficaria para sempre acordada para saber o que era, levantou-se rapidamente até ao armário (sim, ouviram bem, ela foi vestir-se, realmente...isto só com raparigas, NÃO PODIA APRESENTAR-SE DE PIJAMA, não é? Talvez fosse...oh esqueçam lá isto, vamos continuar a história, estávamos na parte do armário, certo?)... Então, ela foi até ao armário, e vestiu um bonito vestido, mas ups, não se lembrou das sapatilhas, e foi de pantufas.

De seguida, dirigiu-se ao espelho e entrou lentamente, lá dentro não se via nada, estava frio e aquilo era cada vez mais assustador. Até que, no meio do nada apareceu um vulto branco que cada vez mais, se aproximava dela.

À medida que se aproximava mais, Matilde conseguiu ver que o vulto era uma pessoa, que parecia ter alguma idade, tinha uma grande cicatriz, que vinha da boca até ao braço esquerdo, e a sua roupa estava toda suja de sangue… “ Que horror”, pensou a Matilde...

O vulto levantou a cara e disse frente a frente para a Matilde:
- Lembras-te mim

- Av-av-ó? Avó?!- A avó de Matilde tinha morrido a alguns anos, quando ia de táxi para sua casa.

-Preciso de te contar uma coisa: sobre o meu acidente, sobre a minha morte...

-Bem, quando estava a andar no táxi 313, ouvi um barulho que vinha do motor, e disse à taxista para parar o carro, mas ela disse-me bruscamente que não...passamos vários sinais vermelhos na estrada, e percebi logo que a condutora não era boa pessoa...pedi novamente para me deixar sair do táxi, mas não obtive resposta. Quando o senhora se virou para mim para dizer que não iria parar o carro, reconheci-a...

 - Mas...quem é??!!- perguntou a Matilde muito confusa, a versão do pai da morte da avó era muito diferente – DIZ-ME!!!

- Querida...é – mas algo se passou, e a avó desapareceu...não, porquê agora?!!!

Matilde desesperada, tentou procurar a sua avó na escuridão, mas não conseguiu, não se via nada!!!!

Foi até à porta e ela abriu-se, mas Matilde não tinha voltado ao seu quarto, tinha recuado no tempo e voltado ao dia do acidente, foi até à berma da estrada, sentou-se e esperou.

Ela sabia que o táxi deveria chegar dentro de alguns minutos, ou até segundos. E chegou... Como as janelas estavam abertas, dava para ver tudo, mas ainda não tinha conseguido ver quem era o motorista, só ouvia e via a avó.

- Mas porquê????? Deixa-me sair!!!- gritava a avó

-Não !!!- aquela voz era muito familiar para a Matilde, mesmo muito. Era a irmã da sua avó!

O carro continua em movimento numa estrada escura. As duas irmãs distraíram-se a discutir uma com a outra e não viram outro carro que vinha em sentido contrário, onde o condutor vinha provavelmente embriagado, só se aperceberam do outro carro quando ouviram o barulho vindo da outra viatura, quando viram que ia embater tentaram-se desviar e acabaram por bateram contra uma árvore e o outro conduto fugiu.

O vidro da frente do carro partiu-se, deixando morta a irmã da avó e ferindo a avó gravemente.

A avó saiu do carro lentamente e dirigiu-se a uma árvore retirou do seu bolso uma pequena caixa e um papel onde colocou uma mensagem e a seguir enterrou-os (a caixa e o papel) junto da árvore e sem forças caiu no chão, morta.

 Durante algum tempo Matilde ficou sentada no chão a chorar e a voz da sua avó apareceu na sua cabeça:

-Sabes o que aconteceu agora, volta ao teu quarto e dorme – a voz da sua avó desapareceu da sua cabeça e subitamente Matilde apareceu no seu quarto deitou-se e adormeceu.

Na manhã seguinte era domingo e a Matilde foi ao sítio do acidente e foi ver o que estava na caixa.

Quando chegou lá perto escavou até desenterrar a caixa abriu e viu lá dentro um lindo colar com uma mensagem a dizer:“ Matilde, sei que vais encontrar esta caixa e já sabes o que se passou, este colar é para ti. Gostava de ter passado mais tempo contigo, mas este colar é para te lembrares de mim e do nosso momento juntas. Sê feliz pois isso é meu maior sonho.”

Matilde ficou ali por mais algum tempo até que a sua avó voltou a aparecer, mas desta vez não na sua cabeça mas sim ao seu lado e disse:

-Sabia que vinhas até aqui e agora já tens o colar e quero contar-te a sua história: esse colar foi uma prenda que o teu avô me deu no dia em que morreu. Ele disse-me “ Este colar é para te lembrares de mim, pois eu nunca te esquecerei porque tu foste o meu grande amor e esquecer-te é uma coisa que nunca vai acontecer...” e depois de me dizer isto morreu e eu não tive tempo de lhe agradecer o seu amor, mas agora está ao meu lado, por isso agora é teu para que te lembres de nós.

- Obrigada. Mas porque é que a tua irmã te matou?

- Nós dávamo-nos muito mal e a minha irmã sempre invejou a minha vida e quis vingar-se. Adeus, meu amor!

-Adeus, adoro-te, nunca te esquecerei mas também te quero dar uma coisa –Matilde dirigiu-se à sua avó e abraçou-a .

-Adeus… - Disseram as duas em conjunto e avó desapareceu.

Matilde sorriu e voltou para casa feliz...